segunda-feira, 13 de agosto de 2012

ACONTECEU


SERVIÇO SOCIAL DISCUTE ÉTICA NA PERSPECTIVA MARXISTA


Foi um acontecimento que marcou o curso de Serviço Social no mês se setembro (veja a foto acima).
Sérgio Lessa mostrou para o grande público presente que não pode haver ética na sociedade capitalista em que vivemos. Falou do capitalismo nas suas diversas etapas, e como nessas etapas foram sendo construídas historicamente diversas éticas, que não se resume a um conjunto de preceitos de como se deve agir, mas uma reflexão critica sobre o significado da ação humana e sua emancipação.
Os debates foram acalorados. Jéssica e outras alunas que abriram e encerraram a sessão estiveram impecáveis, principalmente quando leram  o poema do amazonense Tiago de Melo.
Iniciativas como essas do Serviço Social deveriam ser permanentes. O debate cultural na UFAM ainda é escasso. Ponto para o Curso de Serviço Social.  

Jéssica, no Facebook manda uma mensagem.
  
Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar para atravessar o rio da vida - ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o. " - atribuída a Nietzsche.

Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar

 Quando o texto fala que existe um único caminho que só tu podes passar, me lembrei de uma frase do Zaratusta também do Nietzsche que diz:
- a alma que possui a mais longa escala e mais fundo pode descer.
A alma mais extensa, que mais longe pode correr e entrar e vagar dentro de si,
A mais necessária, que mais longe pode correr e errar dentro de si,
A mais necessária, que com prazer se lança no acaso,
A alma que é, e mergulha no vir a ser, a que tem, e quer mergulhar no querer e desejar,
A que foge de si mesma, que a si mesma alcança nos circulos mais amplos,
A alma mais sábia, à qual fala mais docemente a tolice;
A que mais ama a si mesma, na qual todas as coisas têm sua corrente e contracorrente, seu fluxo e refluxo.
(Nietzsche, in Como alguém se torna o que é, Editora Cia das Letras, p. 90)
Entenderam o que ele diz? Podemos, sim, ser essa alma desvairada que vaga dentro de si, que busca, que erra, que tenta, que se lança no acaso, sem medo e repressões (que são muitas). A alma que mergulha no vir a ser, que ousa mergulhar no querer desejar, que foge de si e alcança circulos mais amplos e que fala mais docemente a tolice e que enfrenta a corrente e a contracorrente, seu fluxo e refluxo.
Isso que é viver!
Ah, como temos o que aprender com Nietzsche nesse tempo de apatia de que falamos nesse jornal.
É muito bom saber que nossos alunos e alunas, mesmo na virtualidade de um meio como o facebook, são capazes de voar alto, como todas as tolices de que falava o filosófo. Precisamos falar docemente as nossas tolices e viver e enfrentar os acontecimentos da vida como eles vem. Afinal, como dizia o poeta: navegar é possível, viver é impossível. (Benedito Carvalho)

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