segunda-feira, 13 de agosto de 2012

SÍNDROME DE BURNOUT , O STRESS E A SAÚDE MENTAL DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS

Benedito Carvalho Filho
Março/2011


Professor(a),você sente freqüentemente cansaço e fadiga?  Vá ao Departamento Médico da UFAM e procure saber quantos solicitam licença médica por motivo de saúde.
É um fato comprovado: cada vez mais pessoas têm sofrido com o estresse profissional, especialmente aquelas que se inter-relacionam com outras pessoas para o desempenho de sua função, como é o caso  dos professores. 
A nossa categoria tem sido apontada como uma das maiores vítimas do estresse profissional, mais conhecido como Síndrome de Burnout..
 Você já ouviu falar nisso?
A Síndrome de Burnout é causada por circunstâncias relativas às atividades profissionais, ocasionando sintomas físicos, comportamentais, afetivos e cognitivos.
 Inicialmente, foi observada em trabalhadores da área da saúde que desempenham uma função assistencial; é caracterizada por um estado de atenção intenso e prolongado com pessoas em situação de necessidade e dependência. Com o passar do tempo, pôde ser identificada em outras profissões, entre elas a de professor.

A razão para a incidência da síndrome está ligada, sobretudo, à falta de reconhecimento, à desvalorização do professor, seja ela por parte do sistema, dos alunos ou da própria sociedade.

Trata-se de um estresse crônico, produzido pelo contato com as demandas do ambiente acadêmico e suas problemáticas
Diz um estudioso dessa área: "Existem problemas que estão muito além da ação direta dos professores, principalmente onde há uma situação de degradação do sistema. Nestes casos, a sensação de impotência é mais acentuada".  
Além disso, o posicionamento dos alunos em sala de aula também contribui para um maior desgaste. Em muitos casos, a indisciplina é a grande responsável por uma eventual sensação de frustração e até a desmotivação do profissional.  São raros os professores que se queixam da falta de interesse dos alunos e assumem a culpa por este fato, acreditando que deveriam dominar as mais diferentes técnicas para estimular o aprendizado.

"Acredito que a situação de maior estresse para o professor continua sendo a indisciplina em sala de aula. Mediar a relação com os alunos fica dez vezes mais desgastante em situações em que você tem de chamar a atenção, interromper a aula, pensar sempre como motivar os alunos, ergue o tom de voz. Tudo isso contribui, ao longo do tempo - podem ser em meses -, para uma situação de estresse e desmotivação. Isso porque o foco é sempre motivar os alunos! Aí a cobrança interna fica também bem maior, e vem uma certa sensação de fracasso, quando os resultados esperados não são atingidos, ou seja, quando o curso não corre bem, por conta de uma interação em sala de aula mal resolvidos”, afirma um especialista.”

  ADOECENDO AOS POUCOS
 
O modelo de progressão do Burnout é composto pelas seguintes etapas: a fase de idealismo e entusiasmo, com expectativas excessivas a respeito do trabalho; fase de progressivo estancamento e queda a respeito das expectativas iniciais; decepção e frustração; e, por fim, a fase de apatia, ou seja, de atitudes negativas frente ao trabalho.
Percebe-se, no entanto, que esse fenômeno é ainda pouco discutido no ambiente acadêmico, como se fosse um tabu, e assim vai se levando a vida e – o que é pior – achando-se culpado.   Assim, muitos vão levando a vida, pois o medo de revelar-se gera estigmas: ele usa remédio controlado, como dizem. Até que um dia esse anônimo professor ou morre, ou procura negar o problema, anestesiando-se com remédios ansiolíticos e antidepressivos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário